Cavalo Enxuto

Tradição e orgulho rural em “Cavalo Enxuto” de Tião Carreiro e Pardinho

“Cavalo Enxuto”, de Tião Carreiro e Pardinho, usa uma corrida entre um cavalo e um carro importado para ilustrar o confronto entre tradição e modernidade no sertão. O protagonista, ligado ao seu cavalo e ao modo de vida rural, desafia um vizinho fazendeiro que aposta na tecnologia e no status do carro para conquistar a mesma moça. A letra destaca que, embora o progresso tenha seu valor, o conhecimento das estradas de terra, atalhos e a conexão com a natureza são decisivos: “Eu entrei pelo atalho / Pulando cerca e pinguela / Quando terminou o asfalto / Ele entrou numa esparrela / Numa estrada boiadeira / Toda cheia de cancela”. Nesse trecho, a esperteza do homem do campo e o cavalo bem treinado superam a sofisticação do rival urbano.

O tom leve e bem-humorado reforça o orgulho do sertanejo por suas raízes e habilidades. A música reconhece as vantagens do progresso, mas mostra que, no campo, a tradição ainda tem grande valor. A vitória do protagonista é também uma celebração do modo de vida simples e autêntico, como no verso “Foi Deus e a natureza / Que criou este produto”. Assim, “Cavalo Enxuto” valoriza a cultura rural e mostra que, mesmo com as mudanças trazidas pela modernidade, o saber do interior e a ligação com a terra continuam fundamentais e merecem respeito.