
Novo Amor
Tião Carreiro e Pardinho
Dor antiga em “Novo Amor”, de Tião Carreiro e Pardinho
Em “Novo Amor”, de Tião Carreiro e Pardinho (composição de Jesus Belmiro e Lourival dos Santos), o título engana: quem manda é o amor antigo, persistente. O narrador tenta seguir em frente, “namorando com outra, contra a vontade”, mas o sentimento não cede. A frase “algum dia hei de te ver chorar” soa menos como vingança e mais como desejo de reconhecimento. A rotina da dor aparece em detalhes: “Seu retrato é minha companhia”, a insônia, a falta de apetite, e a confissão definitiva de apego — “só vou te esquecer depois que eu morrer”. O “novo amor” pertence a ela; a ele sobram resto e lembrança, e a tentativa de preencher o vazio não resolve nada.
Diante do golpe, surge o remédio do sertão: cantar. “Passo a mão na viola, saio pro terreiro” indica o gesto de transformar ferida em música. Ele amanhece com uma valsa-canção feita para ela, num registro que dialoga com o pagode de viola que a dupla consagrou, dando forma simples e intensa ao sentimento. Quando chega o convite de casamento, a ferida se abre: “Fiz de tudo mas nada adiantou”. Resta a escolha amarga — “vou levar minha vida cantando e bebendo / pouco a pouco eu vou morrendo” — enquanto ela segue “com seu novo amor”. É uma dignidade triste: ele aceita a perda, mas guarda a esperança de que o pranto dela um dia confirme o valor do amor que não passou.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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