
Sombra do Desengano
Tião Carreiro e Pardinho
“Sombra do Desengano”: memória, tempo e consolo da viola
Apesar de ser um cateretê, ritmo caipira dançante, “Sombra do Desengano” reveste esse compasso com uma dor contida. O título já aponta o tema: a memória como refúgio e castigo — recordar devolve instantes de alegria e expõe o vazio do presente. Quando o narrador vê o “Sol descambando na ladeira do poente”, entende a passagem do tempo e decide “dar um balanço na vida”. Na “tela da mente”, desfilam parentes, amigos e “a mulher da minha vida”; por um momento, ele verte “prantos de alegria”. Composta por Jesus Belmiro, Paraíso e Carminha, e eternizada por Tião Carreiro e Pardinho, a interpretação valoriza a memória viva típica da cultura caipira, em que lembrar é um gesto de resistência à solidão.
Quando as lembranças se dissipam, irrompe o presente “amargurado”: perdas, ingratidão e o peso de não amar nem ser amado. A “estrada sem flor” traduz um caminho seco, sem promessas, enquanto a “sombra do desengano” vira companheira constante, a desilusão que segue cada passo. Ainda assim, há um arrimo claro: “Já não parti deste mundo porque sou um cantador”. A viola — central no cateretê e assumida na letra como “minha defesa” — funciona como consolo e escudo contra a tristeza. Fiel à trajetória de Tião Carreiro e Pardinho, a cantoria abre uma fresta de alívio quando o mundo se fecha e sustenta o coração ferido.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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