Cibele

Humor ácido e crítica social em “Cibele” de Tierry

Em “Cibele”, Tierry utiliza humor ácido para abordar a rejeição amorosa de forma inusitada. O narrador, após ser dispensado por Cibele, descobre que ela passou a trabalhar na “zona seis” e ganha “seis mil por mês”, uma referência indireta à prostituição. O pedido de “precinho promocional” caso ela volte ao cabaré reforça o tom irônico e evidencia a mistura de mágoa e sarcasmo. Esse tipo de abordagem, que transforma situações dolorosas em críticas sociais leves, é uma marca registrada do artista.

A letra equilibra frustração e desapontamento com uma visão quase caricata da situação. O narrador exalta a beleza de Cibele, chamando-a de “violenta” e brincando ao dizer que ela é “linda mais ou menos, um metro e sessenta”. Mesmo magoado pela rejeição e pela escolha dela, ele termina aceitando a nova realidade de forma sarcástica. O verso “Só não esqueça do seu antigo freguês” reforça o duplo sentido, mostrando que, apesar da dor, ele mantém uma relação de cliente, misturando sentimentos pessoais com a nova profissão dela. Assim, “Cibele” retrata, com leveza e humor, a dor de um amor não correspondido e as diferentes formas de lidar com escolhas inesperadas na vida.