Coroné Antonio Bento

Tradição e inovação no sertão em “Coroné Antonio Bento”

Em “Coroné Antonio Bento”, Tim Maia narra de forma bem-humorada a decisão do coronel de Bodocó de inovar na festa de casamento ao trocar o tradicional sanfoneiro por Bené Nunes, um pianista sofisticado do Rio de Janeiro. Essa escolha inesperada quebra a tradição do forró típico do sertão pernambucano e traz um toque de ousadia, mostrando que até figuras de autoridade do interior podem se abrir ao novo. A letra destaca o choque cultural ao apresentar um artista ligado à Bossa Nova e aos bailes cariocas, o que surpreende e agita a cidade, quase "fazendo a cidade virar".

O clima da música é de festa e irreverência, reforçado pelo refrão animado e pelas cenas de todos se entregando à dança, inclusive o noivo Zé Macaxeira, que "dançou a noite inteira sem parar". O verso "Fica doido pra festa se acabar" ironiza o costume de os noivos quererem encerrar logo a celebração, mas aqui a animação é tanta que ninguém quer ir embora. A canção celebra a mistura de ritmos e culturas, homenageando a alegria das festas nordestinas e mostrando que tradição e modernidade podem conviver de forma divertida e surpreendente.