Plantador de Fumo
Tio e Sobrinho
“Plantador de Fumo”: humor, veneno e dependência rural
O refrão transforma o “futchi, futchi” em ruído de pulverizador, fazendo piada e denúncia ao mesmo tempo. Em “Plantador de Fumo”, Tio e Sobrinho mostram a rotina de quem abandona arroz, trigo e soja porque “a coisa tava feia” e entra no fumo, onde “é veneno o ano inteiro”. O efeito sonoro culmina em “É futchi, futchi / De tanto passar veneno consegui me intoxicá”, evidenciando o custo na saúde e o cansaço de quem vive enforcado por veneno e por promessa de firma. A graça vem sempre com uma cutucada: a música faz rir, mas escancara aperto e desgaste.
Quando o narrador “troca de firma”, a crítica mira as compradoras — Souza Cruz e Universal; depois Santa Cruz, Dimon e CTA. O “lucro foi legal” é ironia, porque no fim do ano chegam só “um bonézinho, um calendário e um jornal”, brindes que não pagam o trabalho. Passadas três décadas, o “progresso” vira deboche de roça: “comprei 12 tábuas de araçá” e fiz uma “patente” (banheiro rústico). No desfecho, paira a ameaça de substituição por um “veio aposentado” com carro importado, enquanto ele tem só uma “carióla” (carriola). Vale mais ter dinheiro do que ser “bonito”. Fica o recado: dependência das firmas, lucro apertado e saúde por um fio, contado em tom de galhofa para aliviar a bronca.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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