Ácido Hialurônico

Vaidade e crítica social em “Ácido Hialurônico” de Tocanna

“Ácido Hialurônico”, de Tocanna, aborda de forma irônica e bem-humorada a obsessão atual por procedimentos estéticos. A música destaca como a busca por uma aparência perfeita se tornou quase compulsiva, especialmente com o uso de substâncias como o ácido hialurônico, muito popular em tratamentos para lábios e rosto. O verso “O meu Face Card é nada organico-o-o-o-o-o / Minha veia corre ácido hialurônico” mostra que a identidade visual da personagem é totalmente artificial, construída por meio de intervenções estéticas. A repetição de “preenche, preenche, preenche a minha boca” e a frase “viciada em seringa” reforçam o tom de sátira, sugerindo um consumo exagerado desses procedimentos.

A letra também faz uma crítica ao status social ligado à estética, como em “Nada de sala de espera, eu sou prioridade do doutor”, indicando que quem pode pagar por esses tratamentos se sente privilegiado. O trecho “É possível doutor / Fazer lifting vaginal?” leva a ironia ao limite, mostrando como a busca pela beleza pode ultrapassar o razoável. Tocanna utiliza exageros e humor autodepreciativo para expor a pressão por padrões de beleza inalcançáveis, transformando “Ácido Hialurônico” em uma sátira divertida sobre vaidade, artificialidade e a cultura da aparência.