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exibições de letras 2

Se eu vivesse numa caixa
Na despensa ou na bagunça
Faria pouco barulho e dormiria sempre

Talvez as visitas de longe quisessem ver
O estranho, o bizarro, a vida fora da ordem

Meus cabelos explodem as tampas
E não há nada que contenha o som
Do olhar triste, sóbrio, afiado

Se eu fosse um verbete, daria nós
No sentido lógico finito limpo
E vocês ficariam tontos com o clarão azul

Pois me despeço com presentes
Onde passo a alma fica e transforma

E se olhar fundo, arrebentando o lábio
Em sorrisos ancestrais e novos
Pelo caminho solo vem a existir

Voltaria, mas pensar nisso distorce
Impossível regressar os rios

Em oceanos fósseis, chuvas nascem
Pelos ventos úmidos a terra molha
Dentro da mata a fonte brota
E a água nos ensina a renascer

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