Higher

Como “Higher” transforma cuidado em alegria duradoura

O “Higher” de Tom Speight não propõe um pico eufórico vazio; ele nasce do cuidado constante. Isso aparece quando o narrador liga a sensação de elevação a gestos do outro — “the way that you love me / you care / you help me” (o jeito que você me ama / você se importa / você me ajuda). O começo em “One, two, three, four” (Um, dois, três, quatro) ecoa o count-in orgânico das gravações dos anos 60/70 citadas por Speight como influência, fazendo a forma sustentar o clima solar que ele quis capturar. O refrão “You’re always takin’ me higher” (Você sempre me leva mais alto) funciona como mantra de “boas vibrações”, alinhado ao que o artista declarou sobre buscar a “magia do verão”. O clipe filmado em Barcelona reforça essa energia ensolarada, mesmo sem a letra nomear lugares, porque a música aposta em sensações diretas e luminosas.

Há também um cuidado emocional que dá chão à alegria: “Oh baby, don’t you cry / Don’t say it’s alright for me” (Oh, baby, não chore / Não diga que está tudo bem por minha causa) sugere que ele não quer que a outra pessoa esconda a dor para poupá-lo, sinal de confiança que sustenta esse amor que eleva. O vocativo “baby” aproxima e torna a mensagem acolhedora, enquanto “Baby, take me home and lay me down tonight” (Baby, me leva para casa e me deita hoje à noite) introduz a entrega íntima — com duplo sentido entre descanso e desejo —, sobretudo ao lado de “you give it away” (você se entrega), que aponta para generosidade afetiva. A repetição de frases e do gancho “Taking me higher” (Me levando mais alto) costura um círculo de afeto, cuidado e entrega, produzindo a leveza calorosa que Speight disse perseguir ao compor a faixa.