
Boi de Carro
Tonico e Tinoco
Despedida e abandono em "Boi de Carro" de Tonico e Tinoco
A música "Boi de Carro", de Tonico e Tinoco, aborda de forma direta o abandono e a sensação de inutilidade que atingem tanto o trabalhador rural quanto o boi de trabalho na velhice. O boi, que antes era "ligero" e essencial para o serviço, agora é rejeitado e destinado ao abate, assim como o narrador, dispensado após "trinta ano" de trabalho por não ser mais considerado útil. Essa relação entre homem e boi funciona como uma metáfora clara para a desvalorização de quem já não serve aos interesses dos patrões, refletindo a dura realidade do campo brasileiro na primeira metade do século XX.
A letra traz um tom nostálgico e resignado, típico da música caipira, ao mostrar o narrador se reconhecendo no destino do boi: "Eu ainda sô teu cumpanheiro / Eu to véio sem dinheiro / Teu destino é iguá o meu". O sentimento de mágoa e injustiça é compartilhado entre ambos, como nos versos "Eu também to ruminando / Essa mágoa vô levando / Dos home sem coração". O uso do termo "ruminando" para homem e animal reforça a identificação entre eles, sugerindo que ambos digerem lentamente o desprezo e a solidão impostos por uma sociedade que valoriza apenas a força produtiva. No final, a despedida do boi e a expectativa do narrador por sua própria "veiz" (vez) de partir sintetizam a reflexão amarga sobre o ciclo da vida e a falta de reconhecimento, tornando a canção um retrato sensível da condição humana e da cultura rural brasileira.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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