Eulogy

Crítica à idolatria e hipocrisia em "Eulogy" do Tool

"Eulogy", da banda Tool, faz uma crítica direta à superficialidade de líderes e à tendência da sociedade de idolatrar figuras que pouco entregam de valor real. Logo no início, a repetição de “He had a lot to say / He had a lot of nothing to say” (“Ele tinha muito a dizer / Ele não tinha nada a dizer”) expõe a contradição de pessoas que falam muito, mas não dizem nada relevante. O verso “Ranting and pointing his finger / At everything but his heart” (“Reclamando e apontando o dedo / Para tudo, menos para o próprio coração”) destaca a hipocrisia desses líderes, que criticam tudo ao redor, mas não reconhecem suas próprias falhas.

A música também aborda o papel da sociedade nesse ciclo, mostrando como as pessoas buscam desesperadamente alguém para admirar. Isso fica claro em “I'm so eager to identify with someone above the ground / Someone who seemed to feel the same / Someone prepared to lead the way, and / Someone who would die for me” (“Estou tão ansioso para me identificar com alguém acima da média / Alguém que parecia sentir o mesmo / Alguém preparado para liderar o caminho, e / Alguém que morreria por mim”). O refrão “You've claimed all this time that you would die for me / Why then are you so surprised when you hear your own eulogy?” (“Você disse o tempo todo que morreria por mim / Então por que está tão surpreso ao ouvir seu próprio elogio fúnebre?”) questiona a sinceridade desses líderes e o papel de mártir que assumem. A ironia se intensifica em “Get off your fucking cross / We need the fucking space / To nail the next fool martyr!” (“Desça da sua porra de cruz / Precisamos do espaço / Para pregar o próximo mártir idiota!”), mostrando como a sociedade está sempre pronta para criar e descartar novos heróis. Assim, "Eulogy" desconstrói a ideia de liderança e martírio, revelando a relação entre idolatria cega e hipocrisia.