Hallelujah

A dualidade entre fé e vulnerabilidade em “Hallelujah”

A música “Hallelujah”, interpretada por Tori Kelly, faz referência direta à tradição bíblica logo no início, ao mencionar “the secret chord that David played” (“o acorde secreto que Davi tocou”). Essa citação remete ao rei Davi, figura conhecida tanto por sua musicalidade quanto por suas falhas humanas, e já indica que a canção vai além de um simples louvor religioso. A letra explora a vulnerabilidade e a busca por sentido diante das imperfeições, alternando entre imagens de fé e decepção. O verso “the holy or the broken Hallelujah” (“o aleluia sagrado ou o aleluia quebrado”) mostra que tanto momentos de pureza quanto de queda podem ser expressos através do mesmo louvor, ampliando o significado da palavra “Hallelujah” para além do contexto religioso tradicional.

A interpretação de Tori Kelly, especialmente em eventos como o segmento “In Memoriam” do Emmy Awards, reforça o tom de homenagem e consolo da música. O uso da canção em situações de luto e solidariedade, como em teletons para vítimas de desastres naturais, evidencia sua capacidade de transmitir esperança e aceitação mesmo diante da dor. Versos como “I did my best, it wasn't much” (“eu fiz o meu melhor, não foi muito”) e “I'll stand before the Lord of Song with nothing on my tongue but Hallelujah” (“ficarei diante do Senhor da Canção sem nada na língua além de Aleluia”) expressam humildade e reconhecimento das próprias limitações, mas também dignidade e beleza no simples ato de cantar. Assim, “Hallelujah” se transforma em um símbolo de resiliência emocional, onde o sagrado e o profano coexistem, e cada experiência humana pode ser celebrada ou lamentada sob a mesma palavra de louvor.