
Marginália II
Torquato Neto
Crítica social e ironia em "Marginália II" de Torquato Neto
Em "Marginália II", Torquato Neto utiliza a ironia para questionar símbolos nacionais e expor as contradições do Brasil dos anos 1960. Logo no início, ele subverte o verso clássico "Minha terra tem palmeiras" ao apresentar uma realidade marcada pelo "vento forte da fome, do medo e muito / Principalmente da morte". Essa releitura do hino nacionalista de Gonçalves Dias evidencia o contraste entre o ideal romântico do país e a dura situação social e política da época, marcada por repressão e desigualdade.
O uso do slogan "Yes, nós temos bananas" reforça a ironia ao denunciar a condição do Brasil como país periférico, reduzido a estereótipos e à exportação de produtos primários, mesmo diante de problemas graves como fome e violência. A repetição do verso "Aqui é o fim do mundo" destaca o sentimento de isolamento e desesperança, colocando o Brasil à margem tanto geográfica quanto simbolicamente. Quando a letra diz "A bomba explode lá fora / E agora, o que vou temer?", faz referência à tensão da Guerra Fria, mas sugere que, para o brasileiro, os perigos internos são ainda mais ameaçadores. Assim, a canção mistura crítica social e melancolia, usando imagens do cotidiano e referências culturais para construir um retrato amargo e reflexivo do Brasil sob o olhar tropicalista.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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