ARMAZÉM (part. Jehu, Shao Kane e Berith)

Violência e busca por sentido em "ARMAZÉM (part. Jehu, Shao Kane e Berith)"

"ARMAZÉM (part. Jehu, Shao Kane e Berith)", do Trash Poll, mergulha em um universo marcado pela violência, marginalidade e relações intensas. Logo nos primeiros versos, expressões como “sangue na minha jugular” e “dano de armadura” criam um clima de constante ameaça e necessidade de defesa. A referência à garota comparada a Medusa, junto com menções a zolpidem e Kurt Cobain, reforça o tom de autodestruição e fascínio pelo proibido, enquanto o verso “mina doente do caralho, depois fala que é minha culpa” expõe relações tóxicas e a troca de culpas. Metáforas como “tua alma tem um perfume de dante” e “asas negras como um anjo da morte” misturam sensualidade, morte e referências literárias, ampliando o peso existencial da música.

A violência explícita aparece em versos como “faço tambor girar, passagem de ida, bala tira tua vida” e “nóis sempre empilha corpo no armazém”, onde o armazém simboliza o acúmulo de traumas, crimes ou até corpos, reforçando o ambiente de criminalidade e sobrevivência. O uso de gírias e expressões como “trago a prenna” (referência à maconha) e “rei da 19 g” (possível alusão a calibre de arma ou status no crime) conecta a letra ao cotidiano das periferias urbanas. O refrão “fogo queima até sobrar ninguém” sugere uma busca por aniquilação total, seja dos inimigos ou dos próprios sentimentos. Nos versos finais, a música adota um tom mais reflexivo, questionando o valor da existência e o peso dos erros, como em “Que eu nunca tive medo de quando chegar o momento, hora de pagar o preço por tudo e mais cada erro”. Assim, "ARMAZÉM" mistura brutalidade, desilusão e uma busca por sentido em meio ao caos urbano.