CANIVETE

Marginalização e resistência em “CANIVETE” da Trash Poll

A música “CANIVETE” da Trash Poll aborda de forma direta a marginalização e o orgulho de ser diferente em uma sociedade que julga e exclui. O canivete na cintura, além de representar defesa física, simboliza resistência e sobrevivência em um ambiente hostil. O personagem da música não tenta se encaixar nos padrões sociais e assume uma postura provocativa, deixando claro que prefere ser autêntico a se submeter à conformidade.

A letra mistura ironia e realidade ao citar a “tatuagem falsa” e a pele “marcada com a faca de um mendigo”, mostrando como a autoimagem é formada tanto por escolhas pessoais quanto por cicatrizes impostas pela vida nas ruas e pela exclusão social. A música também faz críticas abertas aos padrões musicais e sociais, como nos versos: “Eu só canto merda / Falo merda, é a proposta / Tu nem fala merda / E sua música é uma bosta”. Aqui, a autenticidade, mesmo caótica, é mais valorizada do que a conformidade vazia. O trecho “Chega e vai embora / Parece até uma cena de sexo agressivo com meu sentimento” usa uma metáfora forte para expressar a dificuldade de criar laços e a intensidade emocional de quem vive à margem. O refrão repetitivo e agressivo reforça o tom de desafio, enquanto o final da música escancara o desprezo por quem julga: “Nem vou discutir com esse otário... Sai da cama e arranja um trabalho”. A Trash Poll utiliza o metal extremo para transformar a marginalização em força e identidade, expondo críticas sociais e existenciais sem filtro.