Malandro

A Rebeldia e a Crítica Social em 'Malandro' de Triathlon

A música 'Malandro' da banda Triathlon é uma crítica contundente à hipocrisia e às injustiças sociais. A letra aborda a figura do 'malandro', um personagem típico da cultura brasileira, que é astuto e sabe se virar nas adversidades. No entanto, a música vai além do estereótipo, explorando a dualidade entre o malandro e o 'mané', aquele que tenta se exibir mas acaba se prejudicando.

O primeiro verso já estabelece um tom de confronto e desilusão, com o eu-lírico se sentindo doente e inconsequente, mas ainda assim, à frente de seu oponente. A metáfora de 'cantando pedras, cantando lágrimas' sugere uma expressão de dor e resistência, enquanto 'palavras de um ser tão prepotente' critica aqueles que se acham superiores. A letra também faz uso de ironia ao descrever os dilemas do oponente como 'tão simples', ridicularizando a superficialidade dos problemas alheios.

A música também aborda a manipulação e o controle social, com o eu-lírico afirmando que está fugindo e não pode ser capturado. A crítica se intensifica ao mencionar 'ladrões que dizem escrever poemas', uma referência aos falsos intelectuais ou políticos corruptos que se escondem atrás de discursos bonitos. A repetição do refrão 'Malandro que é malandro não se palestra, mané que tira onda leva tiro na testa' reforça a ideia de que a verdadeira esperteza não precisa de ostentação, enquanto a falsa bravata leva à ruína.

A letra ainda faz uma crítica ao sistema educacional e à desigualdade social, mencionando 'TV a cabo, comida no bucho, no quarto de luxo com o diploma na mão', contrastando com a realidade de muitos que, apesar de terem educação, se tornam 'verdadeiros ladrões'. A música, portanto, é um grito de revolta contra a hipocrisia, a manipulação e a desigualdade, usando a figura do malandro como símbolo de resistência e autenticidade.