125 Azul

Liberdade e autodescoberta em “125 Azul” do Trovante

Em “125 Azul”, do Trovante, a decisão de “selar a 125 azul” e partir sem destino mostra o desejo de romper com a rotina e as expectativas impostas pela sociedade. A motocicleta azul de 125 cilindradas vai além de um simples meio de transporte: ela simboliza liberdade e fuga, representando a vontade de buscar novos caminhos, mesmo sem saber exatamente o destino. O verso “sem pendura que a vida já me foi dura” reforça essa busca por independência, indicando que, após enfrentar dificuldades, o protagonista prefere seguir sozinho, sem carregar o peso de outras pessoas ou obrigações.

A letra também questiona a importância das regras e estruturas externas, como quando o tempo e o “homem da portagem” deixam de importar, e a ponte deserta sugere um mundo sem limites. O trecho “Viva o espaço que me fica pela frente e não me deixa recuar / Sem paredes, sem ter portas nem janelas / Nem muros para derrubar” expressa a sensação de liberdade total, onde o futuro é um campo aberto. Durante a jornada, surgem dúvidas existenciais — “Entre as dúvidas do que sou e onde quero chegar” — e a busca por autoconhecimento se mistura com a esperança de encontrar sentido, mesmo em lugares ou situações que “ninguém quer”. No final, versos como “Mas Deus leva os que ama / Só Deus tem os que mais ama” mostram uma aceitação das incertezas da vida e da morte, reconhecendo que há forças maiores além do nosso controle. Assim, a música transforma uma simples viagem de moto em uma reflexão sobre liberdade, autodescoberta e coragem para seguir em frente.