Timor

Timor: Um Clamor Poético pela Liberdade

A música 'Timor' da banda portuguesa Trovante é uma poderosa e emotiva canção que aborda a luta e o sofrimento do povo timorense durante a ocupação indonésia de Timor-Leste. A letra é rica em metáforas e imagens poéticas que evocam a dor, a resistência e a esperança de um povo que busca a liberdade.

No primeiro verso, 'Lavam-se os olhos nega-se o beijo / do labirinto escolhe-se o mar', há uma clara referência à escolha entre a submissão e a busca pela liberdade, simbolizada pelo mar. O 'cais deserto' representa o abandono e o desejo não realizado de conquistar a terra quente, uma metáfora para a pátria e a liberdade. A figura do 'nobre soldado' que 'nunca será o nosso perdão' simboliza o opressor, cuja presença é rejeitada pelo povo.

O refrão 'Ai Timor / calam-se as vozes / dos teus avós' é um lamento pela perda das tradições e da voz dos antepassados, silenciados pela opressão. No entanto, a canção também traz uma mensagem de resistência: 'se outros calam / cantemos nós', incentivando a continuidade da luta e da expressão cultural. A imagem da 'espada na mão de Deus' e da 'lança em chamas' reforça a ideia de uma luta justa e divina pela liberdade, enquanto o 'leito final onde o amor nascia' sugere que, apesar da destruição, há esperança de renascimento e amor.

' Timor' é, portanto, uma canção que não só denuncia a opressão e a violência, mas também celebra a resistência e a esperança de um povo que não se deixa calar. Através de suas letras poéticas e emotivas, Trovante consegue capturar a essência da luta timorense e transmitir uma mensagem universal de liberdade e justiça.