Antisocial

A Revolta Contra a Alienação Social em 'Antisocial' do Trust

A música 'Antisocial' da banda francesa Trust é um grito de revolta contra a alienação e a desumanização da sociedade moderna. A letra aborda a rotina opressiva e mecânica do trabalhador comum, que passa a vida inteira trabalhando apenas para garantir sua própria morte, simbolizada pela 'pierre tombale' (lápide). A imagem de alguém que 'masque son visage en lisant son journal' (mascara seu rosto lendo o jornal) sugere uma sociedade onde as pessoas escondem suas verdadeiras identidades e emoções, vivendo como autômatos nos corredores do metrô.

A canção também critica a falta de comunicação genuína e a necessidade de se proteger emocionalmente, como indicado pela metáfora do 'gilet pare-balle' (colete à prova de balas). A justiça é personificada como uma mulher cega e corrupta, 'pleine de vices' (cheia de vícios), indicando uma descrença nas instituições sociais. A repetição do refrão 'Antisocial, tu perds ton sang froid' (Antissocial, você perde a calma) reforça a ideia de que a pressão constante e a falta de conexão humana levam à perda de controle emocional.

Além disso, a música aborda a hipocrisia e a crueldade das relações sociais, onde 'écraser les gens est devenu ton passe-temps' (esmagar as pessoas se tornou seu passatempo). No entanto, há uma fagulha de esperança no desejo de ver as pessoas 'sans fard et moins batards' (sem máscaras e menos bastardas), sugerindo um anseio por autenticidade e empatia. A letra encoraja a ação e a resistência, pedindo para 'serre plutôt les poings' (cerrar os punhos) e 'bouge de ta retraite' (sair da sua reclusão), indicando que a mudança é possível se houver coragem para enfrentar a conformidade e a opressão.

'Antisocial' é, portanto, uma poderosa crítica social que denuncia a desumanização e a alienação da vida moderna, ao mesmo tempo que clama por autenticidade, justiça e resistência contra a opressão cotidiana.