Cor do Pecado

Racismo e resistência em "Cor do Pecado" de TRX Music

"Cor do Pecado", do grupo TRX Music, aborda de forma clara o cotidiano de trabalhadores negros em Angola, evidenciando como o racismo estrutural e a desigualdade social afetam suas vidas. O título faz uma crítica direta ao estigma que associa a pele negra a algo negativo, usando a expressão "cor do pecado" para denunciar o preconceito racial. Isso aparece em versos como “Eu tenho brancos a gritarem comigo / Eu tenho brancos a tratarem como lixo”, que expõem a hostilidade e a desvalorização enfrentadas por esses trabalhadores, conectando a letra ao contexto social angolano.

A música alterna relatos de diferentes profissões, como trabalhadores da construção civil e professores, mostrando que, independentemente da função, todos enfrentam baixos salários, atrasos e falta de reconhecimento, além de situações de humilhação. O trecho “Mas ele é branco eu tenho a cor do pecado / Bairro pobre proteção em nenhum lado” reforça como o racismo limita oportunidades e perpetua a exclusão social. Apesar da denúncia, a música também traz mensagens de resiliência e esperança, como em “Sonho depois de um choro se cair levanto logo / O mais difícil já foi”. Assim, "Cor do Pecado" retrata as dificuldades diárias, mas também incentiva a perseverança e a luta por dignidade diante da adversidade.