I Am a Witch

Empoderamento e resistência feminina em “I Am a Witch”

A música “I Am a Witch”, da Twin Temple, transforma a imagem tradicionalmente negativa da bruxa em um símbolo de poder, autonomia e orgulho feminino. Ao afirmar “Yeah I am a witch / And my power is real” (“Sim, eu sou uma bruxa / E meu poder é real”), o duo reivindica o direito das mulheres de serem donas de sua sexualidade, desejos e escolhas, sem medo de julgamento ou repressão. O verso “Hex the patriarchy!” (“Amaldiçoe o patriarcado!”) deixa clara a intenção de confrontar e subverter as estruturas patriarcais, usando a figura da bruxa como símbolo de resistência e rebeldia.

Elementos como “I like sex / Use it to manifest / My pleasure comes first” (“Eu gosto de sexo / Uso isso para manifestar / Meu prazer vem primeiro”) reforçam o empoderamento sexual, colocando o prazer feminino no centro e rejeitando sua subjugação. As referências a práticas mágicas, como “I throw a mean curse” (“Eu lanço uma maldição forte”) e “I put your picture in a jar” (“Eu coloco sua foto em um pote”), dialogam com a tradição da feitiçaria, mas aqui funcionam como metáforas para a capacidade de transformar a realidade e impor limites. O trecho “When I bleed / I put it in your café” (“Quando eu menstruo / Eu coloco no seu café”) faz referência a antigos mitos sobre magia menstrual, subvertendo tabus e reafirmando o poder do corpo feminino. Com irreverência e crítica social, Twin Temple celebra a liberdade de ser quem se é, sem concessões.