Jersey Giant (Unreleased)

“Jersey Giant (Unreleased)” amor, memória e retorno

A história de “Jersey Giant (Unreleased)” ecoa o enredo da letra: um passado que insiste em chamar. Escrita há mais de uma década e deixada de lado por Tyler Childers — ele disse ter perdido o interesse em tocá-la ao vivo — a canção ganhou novo fôlego quando Elle King a gravou em 2022, com a bênção dele. Em 2025, Childers a revisitou com banda em Lexington, pedindo a ajuda do público, como quem testa de novo um sentimento antigo.

Na narrativa, o eu lírico relembra verões e invernos de excesso e música — tocar sem descanso, beber Woodford Reserve, não querer dormir sozinho. O refrão expõe o impasse: a distância de “duas horas” é pequena, e ele voltaria se fosse chamado, mas impõe limite ao esperar o convite. As imagens ligam amor e som: ele quer ouvi-la cantar “lady in the long black veil” (a dama do longo véu preto), referência direta ao clássico “Long Black Veil”, e descreve a voz dela como “high and lonesome” (aguda e melancólica), mesmo um pouco desafinada. A hipérbole “hotter than socks on a Jersey Giant” (mais quente que meias em um Jersey Giant) retrata desejo intenso; o título remete à raça de galinha Jersey Giant, reforçando o humor rural do verso. Quando surge “Lord, I thought you hung the Moon” (Senhor, eu achava que você tinha pendurado a Lua), aparece a idealização: ele a pôs num pedestal, ignorou sinais, e hoje cada estrada secundária ainda parece levar ao nome dela.