Van Diemen's Land

Resistência e exílio em "Van Diemen's Land" do U2

Em "Van Diemen's Land", o U2, com The Edge nos vocais e na composição, presta homenagem a John Boyle O'Reilly, poeta e ativista irlandês que foi deportado para a colônia penal de Van Diemen's Land (atual Tasmânia) por lutar contra o domínio britânico. A escolha de The Edge para cantar reforça o tom pessoal e melancólico da música, que explora a dor da separação e o sentimento de injustiça. Isso fica claro nos versos: “It's a bitter pill I swallow here / To be rent from one so dear. / We fought for justice and not for gain / But the magistrate sent me away” (É um amargo remédio que engulo aqui / Ser separado de alguém tão querido. / Lutamos por justiça e não por ganho / Mas o magistrado me mandou embora), conectando diretamente à história real de O'Reilly, punido por buscar liberdade para seu povo.

O refrão “Hold me now, oh hold me now / Till this hour has gone around / And I'm gone on the rising tide / For to face Van Diemen's Land” (Me abrace agora, oh me abrace agora / Até que esta hora passe / E eu parta com a maré crescente / Para enfrentar Van Diemen's Land) expressa a angústia do exílio e o desejo de conforto diante do desconhecido. A música também faz uma crítica ao sistema de classes britânico, como em “Now kings will rule and the poor will toil / And tear their hands as they tear the soil” (Agora reis governarão e os pobres trabalharão / E rasgarão as mãos enquanto rasgam a terra), destacando a exploração dos mais pobres. Por fim, há esperança de justiça futura: “But a day will come in this dawning age / When an honest man sees an honest wage” (Mas um dia chegará nesta nova era / Quando um homem honesto receberá um salário justo). Assim, a canção une narrativa histórica, crítica social e emoção pessoal, tornando-se um tributo à resistência e à esperança diante da opressão.