Samba-Enredo 2026 - Maria Felipa - No Balanço da Maré, a Heroína da Independência

Maria Felipa e a força ancestral em “Samba-Enredo 2026”

“Samba-Enredo 2026 - Maria Felipa - No Balanço da Maré, a Heroína da Independência”, da Uirapuru da Mooca, destaca a importância da ancestralidade africana de Maria Felipa e sua atuação como símbolo de resistência feminina e negra na luta pela independência do Brasil. O verso “Pulsa minha ancestralidade, Sankofa da liberdade, preta força do Sudão” conecta a heroína às suas raízes africanas, usando o conceito de “Sankofa” – termo Akan que significa resgatar o passado para construir o futuro – para reforçar a necessidade de reconhecer e valorizar a herança ancestral. A referência à “terra que enfrenta a Bastilha” faz uma analogia entre a luta baiana e outros movimentos revolucionários, ampliando o significado da busca por liberdade.

A letra também traz episódios históricos marcantes, como as táticas de guerrilha lideradas por Maria Felipa. O trecho “É fogo na embarcação, atacar!” remete ao momento em que ela e outras mulheres incendiaram barcos portugueses e usaram folhas de cansanção como forma de resistência. O samba-enredo questiona a narrativa oficial da história do Brasil, como em “Entenda que a verdade nua e crua é muito mais do que se diz na apostila”, e reivindica o reconhecimento de figuras negras e femininas marginalizadas. Ao afirmar “Sou eu Maria, mulher preta e heroína”, a canção celebra o orgulho e a identidade negra, enquanto versos como “Meu Brasil, a mátria livre e nagô” propõem uma visão de país que valoriza suas raízes africanas e indígenas, promovendo a diversidade e a luta por liberdade.