L’ULTIMA POESIA (part. Geolier)

Conexão e solidão em "L’ULTIMA POESIA (part. Geolier)"

Em "L’ULTIMA POESIA (part. Geolier)", Ultimo faz sua estreia cantando em napolitano, homenageando Nápoles como sua "segunda casa". Essa escolha, além de valorizar a cultura local, reforça o sentimento de pertencimento e respeito, especialmente na colaboração com Geolier, um dos principais nomes da cena napolitana. A música explora as contradições do amor e da solidão, mostrando como, mesmo em um relacionamento, as pessoas podem continuar isoladas em suas próprias dores e inseguranças. Isso aparece claramente no verso: “T'annammure pecché nn'vuò stà tu sola / Ma staje sola pure si staje cu'mmé” (Você se apaixona porque não quer ficar sozinha / Mas continua sozinha mesmo estando comigo), evidenciando a busca por companhia que não resolve o vazio interior.

A letra traz imagens fortes para expressar o peso emocional do relacionamento, como em “ogni abbraccio è na catena a ll'anema” (cada abraço é uma corrente na alma), sugerindo que o afeto pode aprisionar em vez de libertar. O título e a ideia de escrever "l’ultima poesia" simbolizam uma despedida e a tentativa de eternizar um sentimento, mesmo sabendo que o esquecimento é inevitável: “Pensavo che così non ti scordavi me, ma io scordavo te” (Achei que assim você não me esqueceria, mas eu esquecia você). A canção reflete sobre a dificuldade de se conhecer e de se permitir ser amado, além de questionar a crença de que o amor pode curar tudo, mostrando que, muitas vezes, ele apenas revela feridas já existentes. O tom introspectivo e sensível destaca a maturidade dos artistas ao abordar temas como separação, saudade e a busca por sentido nas relações.