Cadena Rota

Rebeldia e crítica social em "Cadena Rota" do Ultimos de Cuba

Em "Cadena Rota", do Ultimos de Cuba, a escolha da frase “somos hijos de Barrabás” logo no início da música revela uma identificação com figuras rebeldes e marginalizadas. Barrabás, conhecido na tradição bíblica por ser libertado em vez de Jesus e associado à rebelião, é usado aqui para reforçar o tom de resistência e oposição ao sistema. Essa referência se conecta diretamente à crítica à “corrupción” do Ocidente e ao desejo de destruir “Babilonia”, símbolo recorrente de decadência e opressão em contextos culturais e religiosos.

A letra também expressa o desencanto da juventude, especialmente ao afirmar: “Guerra Santa no interesa, solo al sucio capital” (Guerra Santa não interessa, só ao capital sujo), denunciando como conflitos são manipulados por interesses econômicos e políticos, e não por ideais verdadeiros. O refrão “cadena rota” funciona como símbolo de libertação das amarras sociais e das expectativas herdadas, sugerindo a necessidade de romper padrões impostos e buscar novos caminhos. Imagens como “el hielo corre libre hacia el mar” (o gelo corre livre para o mar) e “se derrite en tu whisky una vez más” (derrete no seu uísque mais uma vez) reforçam a sensação de desgaste, repetição e a busca por liberdade em meio à desilusão coletiva.