Do It

Limites e autenticidade em "Do It" de Underscores

Em "Do It", Underscores transforma perguntas comuns sobre relacionamentos em uma crítica direta à superficialidade e às expectativas enfrentadas por artistas. Ao citar questões como “What are your prospects? Do you make your own cash? Do you like rough sex? What kind of car you drive?” (Quais são suas perspectivas? Você ganha seu próprio dinheiro? Você gosta de sexo mais intenso? Que tipo de carro você dirige?), a artista expõe o tipo de abordagem impessoal que muitas vezes substitui conexões verdadeiras, especialmente sob os holofotes da fama. O contexto da música deixa claro que Underscores prioriza sua carreira musical acima de tudo, como mostra o verso “I'm married to the music, the music, baby” (Sou casada com a música, a música, baby), estabelecendo limites claros para qualquer envolvimento afetivo.

A letra também aborda a exposição e a vulnerabilidade, questionando se o interesse do outro é genuíno ou apenas curiosidade sobre sua vida pessoal: “Are you gonna tell all / All the things I've done wrong / And what I like in bed?” (Você vai contar tudo / Todas as coisas que fiz de errado / E do que gosto na cama?). O refrão repetitivo e irônico “do-do-do, do-do-do, do it” reforça a pressão externa para agir conforme as expectativas, enquanto a resposta “I just can't do it” (Eu simplesmente não consigo fazer isso) mostra a recusa consciente de se submeter a algo que possa comprometer sua identidade ou carreira. O videoclipe, com pessoas sendo expulsas de suas cadeiras pelo volume da música, traduz visualmente esse impacto e a necessidade de Underscores de manter o controle sobre sua vida e arte. No fim, a música fala sobre autoconhecimento, proteção dos próprios limites e a recusa em se perder para agradar os outros.