Sweet Dreams

“Sweet Dreams” com Union J: desejo entre dor e prazer

A versão de “Sweet Dreams”, do Union J, transforma medo em desejo ao chamar o pesadelo de “beautiful” (lindo), mostrando como a paixão romantiza o risco. Com harmonias suaves, o grupo suaviza o conflito e reforça a entrega. A dualidade aparece já em “You can be a sweet dream / Or a beautiful nightmare” (Você pode ser um doce sonho / Ou um lindo pesadelo), e volta em “Either way, I don’t wanna wake up from you” (De qualquer forma, não quero acordar e te perder), quando o eu lírico admite que aceita consolo e tormento. Imagens como “Clouds filled with stars” (Nuvens cheias de estrelas) e “You’re the perfect lullaby” (Você é a canção de ninar perfeita) criam um refúgio onírico, enquanto “Somebody pinch me” (Alguém me belisque) revela a desconfiança de que tudo é bom demais para ser verdade.

O romantismo flerta com a obsessão em “Tattoo your name across my heart / Not even death can do us part” (Tatuar seu nome no meu coração / Nem a morte pode nos separar), ecoando — e invertendo — o voto “até que a morte nos separe” para sinalizar permanência e dependência afetiva. “My guilty pleasure” (Meu prazer secreto) e “I ain’t going nowhere” (Eu não vou embora) sugerem um vício que pode doer, mantendo o fio tênue entre prazer e dor já destacado na gravação original de Beyoncé. Lida ao pé da letra, a narrativa acompanha noites de insônia em que o sono vira abrigo para reencontrar quem se ama; lida em duplo sentido, fala de uma fantasia idealizada que acolhe e inquieta. O Union J sustenta essa ambiguidade e, com harmonias em coro, colore o pesadelo de beleza, como em “I’ll be floating on air” (Vou me sentir nas nuvens).