Horizonte Infinito

Reflexão e crise existencial em "Horizonte Infinito"

"Horizonte Infinito", da banda Utopia, retrata um momento de profunda desilusão e perda de perspectiva. Logo no início, o verso “Eu não vejo mais um horizonte infinito” marca a sensação de que sonhos e possibilidades se esgotaram. Esse sentimento reflete o contexto vivido pela banda antes de se reinventar como Mamonas Assassinas, período marcado por frustrações e incertezas. O "horizonte infinito" simboliza um futuro promissor que agora parece inalcançável, enquanto a ausência das "curvas e gemidos" sugere o fim de experiências intensas ou de relacionamentos significativos.

A letra aprofunda a introspecção ao abordar o confronto com o próprio reflexo: “Me coloco frente a frente com um espelho / E novamente me apanho fingindo / Para mim mesmo mentindo, de mim mesmo fugindo”. Esses versos evidenciam a dificuldade de encarar verdades pessoais e a crise de autoconfiança. O desejo de ouvir “frases malditas” e “palavras nunca ditas a ninguém” revela uma busca por autenticidade, mesmo que dolorosa, e por revelações capazes de romper o ciclo de autoengano. O trecho “mergulhando no sonho me transporto para um mundo / De falsas verdades que só eu habito” aprofunda o sentimento de isolamento, mostrando alguém preso em ilusões criadas para suportar a realidade. Por fim, versos como “até tudo ficar sem sentido de novo / E novamente eu ficar sozinho / No canto escuro da rua, do lado escuro do mundo” reforçam o retrato honesto da luta interna diante da perda de esperança e da necessidade de encarar verdades incômodas para buscar um novo sentido.