Funk do Lula

Humor e crítica social em “Funk do Lula” de Valesca Popozuda

“Funk do Lula”, de Valesca Popozuda, une irreverência e política ao aproximar o funk carioca do universo institucional do poder. A inspiração direta da música foi o encontro real entre Valesca e o então presidente Lula no Complexo do Alemão, fato amplamente divulgado na mídia. Na letra, ao dizer “ele não tirou o olho do meu popozão”, Valesca usa o humor para brincar com sua própria imagem e sensualidade, mas também faz uma crítica irônica à relação entre figuras públicas e celebridades. Mesmo com o tom descontraído, ela mantém o respeito ao afirmar “com todo respeito, senhor presidente”. Esse trecho gerou polêmica, especialmente após Valesca posar nua para a Playboy sobre uma foto de Lula, o que reacendeu debates sobre os limites entre política, cultura pop e sexualidade.

A música vai além do episódio pessoal e destaca a identificação de Lula com as comunidades periféricas, como no verso “O Lula é do povo, escuta o que ele diz / A favela tem muita gente, que só quer é ser feliz”. Valesca se apresenta como representante da “voz do morro”, defendendo o funk como expressão legítima das favelas e sugerindo que o gênero pode ser uma solução para os jovens. O verso “Que Dilma que nada! Eu vou pra Casa Civil / Vou por o som na caixa e balançar o quadril” satiriza a política tradicional e imagina alguém do funk ocupando cargos de poder, brincando com a ideia de Valesca como “Ministra da Educação”. Assim, a canção mistura crítica social, empoderamento e humor, celebrando a presença do funk e das periferias no debate público e questionando estereótipos sobre representatividade e cultura popular.