Mulher Que Deus Amou

Valorização da essência feminina em “Mulher Que Deus Amou”

Em “Mulher Que Deus Amou”, Valete desafia os clichês das músicas românticas ao valorizar a inteligência, a essência e a profundidade emocional da mulher, deixando de lado atributos físicos. Logo no início, ele deixa claro que a atração não está no “corpo” ou no “rosto”, mas sim na “alma” e na “mente”, reforçando que “olhos não amam” e que o verdadeiro amor é “transcendente”. Ao citar Platão em “amor platónico que nem Platão imaginou”, Valete mostra que o sentimento descrito vai além do desejo carnal, sendo idealizado e quase utópico, como também sugere ao chamar a mulher de “intangível como um holograma” e “o cúmulo da utopia de qualquer fêmea humana”.

A letra também critica padrões machistas e superficiais, como quando Valete menciona mulheres que se deixam “escravizar por uma algibeira cheia” ou que aceitam relações de dominação. Ao exaltar uma mulher “de palavra e meia”, que prioriza o saber e se destaca “no interior”, ele valoriza a autonomia e a inteligência feminina. A referência a Cassius Clay (Muhammad Ali) em “No meu peito ele bate veloz como Cassius Clay” associa a intensidade do sentimento à força e coragem. Já a frase “Se tu és mulher, nenhum homem pode ser gay” usa hipérbole para mostrar que a mulher descrita é tão completa que seria impossível não se apaixonar por ela, reforçando a admiração extrema.

Por fim, Valete rompe com a ideia de que o amor precisa ser sexualizado para ser intenso. Ele afirma que não precisa “do meu pénis teso para dizer que te amo” e que o “orgasmo mental espontâneo” é suficiente, destacando a importância da conexão intelectual e emocional. Assim, “Mulher Que Deus Amou” celebra a mulher que transcende padrões, valorizando o amor baseado em respeito, admiração e profundidade de espírito.