Esfinge
Valmir Lins
Manchei a minha letra com lágrimas
Escorreram de tanto chorar
Por não conseguir expressar
A dor que ontem veio e disfarcei
O pouco que eu tinha foi tudo o que dei
A merda foi que eu me lasquei
Eu não vou mais decifrar
Tô velho pra enigma
Não vale a pena
Amor, não vale à pena, não
O meu coração vulcânico
Contra seu humor enfadonho
Me vejo um brinquedo
Usado de plástico
Desgastado, desgraçado
Usado até o último elástico
O canto que mata
De um jeito que salva
Jogo, rebolo, me esquivo, remexo e não olho pra trás
Isso não é orgulho
É proteção
De quem casou com a solidão
De quem já ficou na mão
Eu não vou mais decifrar
Tô velho pra enigma
Não vale a pena
Amor, não vale à pena, não
Coração
O seu amor
De plástico
Desgraçado
Elástico
O canto que mata
De um jeito que salva
Jogo, rebolo, me esquivo, remexo e não olho pra trás
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