Contagem (part. Veigh, JayA Luuck e Danzo)

Racismo, ostentação e desejo em “Contagem (part. Veigh, JayA Luuck e Danzo)”

“Contagem (part. Veigh, JayA Luuck e Danzo)” utiliza a sequência numérica como um recurso criativo para narrar encontros marcados por sedução, experiências sexuais e ostentação. A contagem serve como uma metáfora para a progressão do desejo e das situações vividas pelos artistas, pontuando cada etapa – desde o primeiro olhar até o envolvimento físico, passando pelo consumo de drogas e álcool. Essa estrutura reforça a ideia de uma rotina noturna repleta de prazer, desapego e exibição de status, elementos comuns no universo retratado pela música.

Além do hedonismo, a letra traz uma camada de crítica social e afirmação de identidade. JayA Luuck aborda o racismo estrutural ao relatar abordagens policiais: “Dentro desse honda é impossível não me pararem em blitz / Eu sei que eles são racistas, eles querem me incriminar / Só porque eu sou preto”. Esse trecho evidencia que, mesmo após conquistar sucesso e ascensão social, os artistas ainda enfrentam discriminação. A ostentação de roupas de grife, carros e o interesse das mulheres aparecem como símbolos de conquista, superação e poder, mas também refletem a busca por respeito e reconhecimento em um cenário urbano marcado por desafios. O tom descontraído e ousado, com expressões como “bad bitch” e referências a redes sociais, reforça a vivência contemporânea dos artistas, onde liberdade, desejo e autoafirmação se misturam em uma celebração da vida e do prazer.