Quieren

Crítica social e responsabilidade em “Quieren” de Vico C

Em “Quieren”, Vico C faz uma crítica direta à hipocrisia do público e da indústria musical. Ele aponta como muitos preferem consumir músicas que falam sobre prazeres, violência e sexualidade, mas rejeitam qualquer reflexão sobre as consequências desses temas. No trecho “Quieren que les cante de lo bien que se sienten cuando se arrebatan / Pero no soportan que les hable de las consecuencias que matan” (“Querem que eu cante sobre como se sentem bem quando se entregam / Mas não suportam que eu fale das consequências que matam”), Vico C denuncia a preferência por letras superficiais e hedonistas, enquanto discussões sobre os impactos negativos dessas mensagens são ignoradas ou rejeitadas. Ele também critica a indústria musical, que incentiva artistas a perpetuarem conteúdos vazios para agradar o público e vender mais, sem se preocupar com o efeito dessas mensagens na sociedade.

A música ainda destaca a responsabilidade social dos artistas e do público. Vico C questiona: “¿Dónde está la gente que quería paz? ¿Dónde está la gente que quería amor?” (“Onde estão as pessoas que queriam paz? Onde estão as pessoas que queriam amor?”), desafiando a audiência a refletir sobre o verdadeiro poder da música. Ele afirma que a música pode tanto edificar quanto destruir, como mostra o verso “Que me sirve tanto para edificar / Como para matar a toda una nación” (“Que serve tanto para edificar / Como para matar toda uma nação”). Vico C rejeita o papel de ídolo superficial e prefere provocar reflexão, defendendo que artistas sejam exemplos positivos para as novas gerações e que a música seja usada como ferramenta de transformação e consciência social.