Capos (part. Orlando Verdugo)

Poder e ironia em “Capos (part. Orlando Verdugo)” de Victor Mendivil

Em “Capos (part. Orlando Verdugo)”, Victor Mendivil constrói uma narrativa que vai além da ostentação tradicional. A música apresenta um personagem que se coloca no topo do poder global, misturando referências a famílias bilionárias como Rothschild e Rockefeller com figuras do crime e do entretenimento, como Al Pacino e Canelo Álvarez. O verso “Ceno con los Rothschild, también con los Rockefellers” (“Janto com os Rothschild, também com os Rockefellers”) não serve apenas para exibir status, mas sugere uma ligação entre o mundo dos negócios legítimos e o submundo, reforçada por menções a “amistad con los masones y la secta” (“amizade com os maçons e a seita”) e ao uso de marcas de luxo como Patek Philippe e Tiffany & Co. Essas referências criam uma atmosfera de exclusividade e poder, conectando o personagem a círculos de influência global.

A letra também utiliza ironia e duplo sentido, como em “Uno, dos, hasta tres cerros de coca / Con chocomilk de Rusia, el del saborcito de moca” (“Um, dois, até três montes de coca / Com achocolatado da Rússia, aquele com gostinho de moca”), misturando o consumo de drogas com elementos infantis e sofisticados. O estilo de vida retratado é marcado por excessos, festas, carros de luxo, viagens internacionais e relações com celebridades, como as Kardashian e xeques de Dubai, sempre desafiando a lei e a moralidade tradicional. O refrão “Carros, dinero, mujeres en exceso” (“Carros, dinheiro, mulheres em excesso”) resume esse universo, enquanto frases como “Me ven enclicado, sin descuidar al gobierno” (“Me veem envolvido, sem descuidar do governo”) mostram a consciência dos riscos e a necessidade de manter o controle. Assim, a música faz uma crítica irônica e exagerada ao poder, ao luxo e ao estilo de vida dos “capos”, misturando cultura pop, criminalidade e negócios em uma narrativa provocativa.