Experience (feat. Khalid)

“Experience (feat. Khalid)” entre dor, dança e mudança

“Experience (feat. Khalid)”, de Victoria Monét, confronta a desilusão com um groove disco luminoso para transformar dor em celebração — um gesto deliberado de alegria negra no auge dos protestos de 2020, como disseram Monét e Khalid ao lançar a faixa. A tensão entre assunto e som sustenta a esperança do refrão “I’m hoping that experience can get you to change” (espero que a experiência possa te fazer mudar), mesmo quando a voz admite estar “lost in the middle of it all” (perdido no meio de tudo isso). Lançada em junho, no Mês da Música Negra e no Mês do Orgulho, a canção expande esse desejo de mudança para além do casal: afirma identidades e celebra a possibilidade de cura em comunidade e na pista de dança.

A narrativa é direta: alguém chega ferido e pede clareza — “Tell me what you came for” (diga a que você veio). O amor azedou — “Love tastes way too bitter when it’s you” (o amor fica amargo demais quando é com você) — e o contraste com “love… better when it’s true” (o amor é melhor quando é verdadeiro) expõe a falha central: falta de verdade e presença. O ideal aparece em “Love’s no pressure… someone who tends to all of your emotions” (amor não é pressão... alguém que cuida de todas as suas emoções), enquanto o limite fica claro em “I’m all out of love, you gave it away” (estou sem amor; você o desperdiçou), sugerindo infidelidade, descaso ou ausência de reciprocidade. O título “Experience” opera em duplo sentido: é a bagagem que deveria ensinar o parceiro a mudar e, ao mesmo tempo, a vivência corporal que a própria música oferece — onde prazer, aprendizado e cuidado real podem finalmente se encontrar.