Samba-Enredo 2020 - Gigante Pela Própria Natureza: Jaçanã e Um Índio Chamado Brasil

Brasília e identidade nacional em “Samba-Enredo 2020 - Gigante Pela Própria Natureza: Jaçanã e Um Índio Chamado Brasil”

A música “Samba-Enredo 2020 - Gigante Pela Própria Natureza: Jaçanã e Um Índio Chamado Brasil”, da Unidos de Vila Isabel, transforma a construção de Brasília em uma fábula indígena, usando a figura do menino Brasil guiado pelo pássaro jaçanã. A letra apresenta Brasília como uma irmã sonhada e símbolo de esperança, destacando a importância histórica da capital e valorizando as raízes indígenas e a diversidade cultural do país. Isso fica claro em versos como “Sou eu, índio filho da mata, dono do ouro e da prata que a terra-mãe produziu”, que reforçam o orgulho das origens e a riqueza natural do Brasil.

O samba-enredo também evidencia a miscigenação brasileira ao citar referências indígenas, africanas e europeias, como em “pau de arara” (migrante nordestino) e “barro marajoara” (cultura indígena da Ilha de Marajó), conectando diferentes regiões e povos. A homenagem aos trabalhadores que construíram Brasília, os “candangos”, aparece em “Candango não perde a fé, carrega filho e mulher pra erguer nova cidade”, ressaltando a luta, a fé e o papel das famílias. Elementos como “preto velho”, “quilombola” e “sertanejo em romaria” reconhecem a resistência, religiosidade e força do povo brasileiro. O refrão, ao pedir proteção a Nossa Senhora de Aparecida, reforça o aspecto espiritual e coletivo do sonho de um Brasil mais justo. Assim, o samba celebra a identidade nacional, exaltando a natureza, a cultura e a capacidade de superação do povo brasileiro.