Samba-Enredo 2026 - Macumbembê, Samborembá: Sonhei Que Um Sambista Sonhou a África

A herança afro-brasileira em “Samba-Enredo 2026 - Macumbembê, Samborembá: Sonhei Que Um Sambista Sonhou a África”

O samba-enredo “Samba-Enredo 2026 - Macumbembê, Samborembá: Sonhei Que Um Sambista Sonhou a África”, da G.R.E.S Unidos de Vila Isabel (RJ), destaca a profunda ligação entre o samba e as religiões de matriz africana. Logo nos primeiros versos — “Macumba é samba e o samba é macumba / Pode até fazer quizumba / Só não pode é separar” — a letra afirma que essas manifestações culturais são inseparáveis, ideia defendida por Heitor dos Prazeres, importante nome do samba. As expressões “macumbembê” e “samborembá” criam um clima de sonho, reforçando a proposta dos carnavalescos de tratar o tema de forma onírica, inspirada na visão de Heitor sobre a importância dos sonhos na arte.

A música faz um passeio pela história do samba, especialmente pela Pequena África, região da antiga Praça Onze, considerada o berço do samba carioca e conceito criado por Heitor. Trechos como “firmou ponto na Bahia / E na África pequena germinou pra florescer” e referências à Pedra do Sal, terreiros e quintais mostram o caminho do samba desde suas raízes africanas até sua consolidação no Rio de Janeiro. Elementos como “capoeira”, “Ciata” (Tia Ciata, figura central do samba), “quilombo” e “preto velho” celebram a ancestralidade e a resistência negra. As menções a “Noel e Cartola” e “Paulo Brasão” homenageiam grandes nomes do samba e da Vila Isabel.

O refrão final, com saudações a Oxum e Xangô, orixás do candomblé, e a dedicatória “Pra você, Heitor”, resume o orgulho pela herança africana e o respeito ao legado de Heitor dos Prazeres. A canção transforma a trajetória da Vila Isabel e do samba em uma celebração da identidade negra e da criatividade do povo brasileiro.