Um Sonho de Vaqueiro

Orgulho e tradição nordestina em “Um Sonho de Vaqueiro”

“Um Sonho de Vaqueiro”, de Vilões do Forró e Tony Baldock, retrata com sinceridade e nostalgia a vida do vaqueiro nordestino, destacando o orgulho de quem supera dificuldades e mantém uma forte ligação com as raízes rurais. A letra transforma a condição de “analfabeto” e a falta de formação acadêmica em motivo de dignidade, valorizando o saber prático e a experiência adquirida no campo. Ao afirmar “Só porque sou analfabeto / Não sou um doutor formado / Eu fui criado no mato / Sofrendo sem ter escola”, a música evidencia o preconceito enfrentado, mas também ressalta a resiliência e o valor do trabalho manual, mostrando que o conhecimento do vaqueiro é legítimo e essencial para a cultura sertaneja.

O refrão “Pois o sonho de um vaqueiro / É sempre lutar com gado” resume o sentimento de realização pessoal e identidade, indicando que a felicidade do vaqueiro está no próprio ofício, independentemente do reconhecimento social. Vilões do Forró e Tony Baldock costumam celebrar a vaquejada e a vida no campo, e isso aparece nas descrições do trabalho árduo: “De trabalhar no roçado / Tenho minhas mãos calejadas / Limpei mato de enxada / Descalço com os pés no chão”. Essas imagens reforçam o orgulho de uma vida simples e honesta, além de destacar a importância de manter vivas as tradições do Nordeste brasileiro.

Nos versos finais, a música adota um tom de saudade, com o narrador já envelhecido relembrando o passado: “Depois de velho e cansado / Só restam recordações / Do meu cavalo de gado / Da fazenda e dos patrões”. O “gibão pendurado” simboliza o fim de um ciclo, mas também a permanência da memória e da identidade vaqueira. Assim, “Um Sonho de Vaqueiro” homenageia os trabalhadores do campo e valoriza uma herança cultural fundamental para o Nordeste do Brasil.