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Romanceiro

Vital Lima

É moça de fino trato
Já se vê pelo retrato
Que em manhã de calmaria
À beira do mar tirou
E tem fita nos cabelos
Nunca se viu um desmazelo
Nunca se viu um desmazelo
No seu manso dia-a-dia.

Mas tem um anjo que habita
A rua por onde mora
Com quem, aliás, ela sonha
Com quem, aliás, ela dorme
Com quem, aliás, ela falta
Aos programas de domingo.

Você conhece Beltrano
Também conhece Fulano
E, aliás, com Sicrano
Também dormiu de mau gosto
Dormiu e fundo roncou
De puro tédio e cansaço
Mas que fama ela ganhou
Pelo abraço que lhe deu
Que tanta amofinação lhe valeu.

Mas o tal anjo que habita
A sua mais funda memória
É quem lhe dá o mormaço
E o fio de sua história
É quem lhe sustenta o sono mais fundo
Que experimentou.

Sou o anjo que a dormi
E colchas lhe preparei
De linho e ponto de cruz
Cheirando a patchuli
Eu lhe falto alguns domingos
E sou eu seus pesadelos
E apesar dos pesadelos
Ela se morre de mim.

E esses moços que espalham
Que a dormiram, embalaram
E povoaram seus sonhos
Se iludiram, sonharam
No que não se encararam
Nem sabem que mentiram
No que não se encararam
Nem sabem que traíram.

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