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Letra

    Eu sou um objeto paralisado
    Às vezes vem alguém e toca no meu corpo
    Me acha frio, me acha escroto
    Não faço tanto e nem tão pouco
    Pareço um prisma, sou quase oco
    Em cada ponta um brilho fosco
    Como a visão de um louco

    Eu sou um objeto empoeirado
    Às vezes vem alguém e passa um pano em mim
    Eu sou reflexo enviesado
    Alguns me acham abençoado
    Em cada sombra um condenado
    Eu não sou santo e nem diabo

    Mas sempre estarei do lado do teu incenso, do teu cigarro
    De um jeito ou de outro, você vai me ver

    Já que eu não posso sair daqui
    Talvez eu possa cair
    Se alguém me acotovelar e a minha base se deslocar
    Aí eu vou mergulhar… e no teu chão me fundir
    Aí eu vou mergulhar… esse será o meu fim

    Andava, como num deserto, escutando uma única voz
    Estava com fome, estava com sede

    Você me olha, faz pouco caso de mim
    E só confia no seu olho

    E sempre estarei do lado do teu incenso, do teu cigarro
    De um jeito ou de outro, você vai me ver

    Composição: Vivendo do Ócio / Lirinha. Essa informação está errada? Nos avise.

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