Cortejo dos Youkais (3 em 1) (part. Novatroop e Anny)

Conflito moral e justiça em "Cortejo dos Youkais (3 em 1)"

Em "Cortejo dos Youkais (3 em 1) (part. Novatroop e Anny)", VMZ utiliza a metáfora do cortejo dos youkais para abordar a corrupção sistêmica e a decadência moral, tanto pessoal quanto social. Os youkais, espíritos do folclore japonês ligados ao sobrenatural, representam o ambiente corrompido em que o protagonista transita. A sensação de impotência diante desse sistema é expressa em versos como “um coração podre nunca vai amar” e na imagem das “pegadas na areia”, que simbolizam ações que desaparecem sem deixar marcas. O protagonista se vê amaldiçoado com a missão de enfrentar essa podridão, mesmo sabendo que pode não haver reconhecimento ou mudança real.

Na segunda parte, "Enemies", a música aprofunda o dilema ético do personagem, questionando o que define um vilão. O protagonista é pressionado por vozes e inimigos, refletindo sobre a linha tênue entre justiça e vingança. Referências a personagens como Geto e Satoru, do anime Jujutsu Kaisen, reforçam o debate sobre moralidade e justificam a dúvida: “matar um pra que sobrevivam dez, ou apenas não ter remorso da sua ação?”.

Na terceira parte, "Vilão", o protagonista aceita o papel de antagonista, assumindo a responsabilidade de ser o agente de mudança, mesmo que isso o torne odiado. Ele se compara a um “dedetizador eliminando ratos” e cita figuras como Kenjaku e Toji, reforçando a ideia de que, para transformar o mundo, é preciso tomar decisões difíceis. O tom sombrio e direto da letra, aliado ao contexto geek de VMZ, transforma a música em uma reflexão sobre a complexidade de buscar justiça em um mundo imperfeito.