Abre o Quarto (part. MC Poze do Rodo)

Desejo, liberdade e pertencimento em “Abre o Quarto (part. MC Poze do Rodo)”

“Abre o Quarto (part. MC Poze do Rodo)”, de Vulgo FK, destaca-se por transformar o quarto em um espaço de liberdade, onde o desejo é vivido de forma aberta e igualitária. O refrão “E abre o quarto, liga a luz / Deixa que o preto conduz” sugere não só a abertura física do ambiente, mas também a disposição dos personagens em se mostrar sem medo de julgamentos. A frase “Se eu gozei cê tem que gozar também” reforça a ideia de reciprocidade e respeito mútuo no prazer, fugindo da visão unilateral comum em muitas músicas do gênero.

A letra mistura elementos do cotidiano das periferias, como referências à favela, marcas de grife e carros importados, criando um contraste entre diferentes realidades. A mulher da música “vem de longe pra sentar na minha favela” e “se esqueceu do Anália e quer morar na Tiradentes”, mostrando que ela deixa um bairro nobre (Anália Franco) para se envolver com o universo do protagonista, aceitando seus desafios e estilo de vida. O uso de gírias e menções a “queimar esse beck” e “beber Buchanans” reforça o clima urbano e descontraído. A relação entre os dois é marcada por cumplicidade, desejo e ambição, como quando ela “quer ser mulher do chefe, ela quer virar 01”. Assim, a música vai além da sensualidade explícita e revela o poder de transformação e pertencimento que um relacionamento pode trazer, mesmo em contextos adversos.