Tropa do Mais Novo (part. Chefin)

Ostentação e foco em “Tropa do Mais Novo (part. Chefin)”

“Tropa do Mais Novo (part. Chefin)” usa a ostentação como marca de uma tomada de espaço geracional: o “mais novo” é Chefin (nascido em 2004) e a “tropa” é a banca que chega com ele. O mantra “Não quero fama, quero dinheiro no bolso” traduz autonomia e blindagem do corre, não vaidade. As marcas (“Jordan”, “Dolce & Gabbana”, “Audi”) e a “joia no meu corpo” funcionam como sinais de vitória e acesso — e também como iscas de inveja, reforçadas em “invejoso no meu pé” e “brilho do cordão machuca”. “Ajaxx cozinhando hit o tempo todo” evidencia o ritmo de trabalho e a química de estúdio. O refrão “Chefin, não para” ancora a faixa no momento de ascensão que a dupla vive desde 2022, dentro do álbum “A Nova Era”, com Chefin vindo do estouro de “212” e prêmio da MTV, e Vulgo FK consolidado no mainstream do trap.

A letra equilibra hedonismo e cautela. O papo de rua e sexo — “24 horas, ela quer me dar”/“sexo sem compromisso” — dialoga com a persona de Vulgo FK, de forte apelo no público feminino, enquanto o luxo vira rito de passagem da tropa. Mas há freios e lealdade: “Melhor conquista da vida é viver em paz”/“não me iludo com o dinheiro, eu sou sagaz”. Em “Ouro no pescoço faz lembrar dos meus parceiro que não se encontram do meu lado”, a joia vira troféu e memorial; e “preparado pra fazer a minha proteção” traz perdas e cautela para a superfície. No conjunto, é um manifesto de ambição pragmática: menos holofote, mais capital, prazer sem apego e a banca do mais novo abrindo caminho com confiança.