Lamento do Capoeira

Solidão e resistência em "Lamento do Capoeira" de Wando

Em "Lamento do Capoeira", Wando aborda a solidão e o sentimento de exclusão vividos pelo capoeirista, destacando tanto o isolamento social quanto a falta de reconhecimento enfrentada por quem mantém viva essa tradição. A frase “Capoeira como eu / Nunca teve um amor” resume esse sentimento de marginalização, remetendo ao contexto histórico da capoeira como expressão de resistência dos negros no Brasil, frequentemente associada à luta pela sobrevivência e à marginalização social.

A letra apresenta a figura do capoeirista vindo da Bahia, carregando o berimbau, símbolo marcante da capoeira, e expressando sua dor: “Ninguém sabe o sofrimento / Ninguém sabe a minha dor”. O verso “Todo mundo só me vê / Quando estou de mão no chão” evidencia como a sociedade costuma enxergar apenas o lado performático ou exótico da capoeira, ignorando as dificuldades e a humanidade de quem a pratica. No final, o aviso “Você nunca experimente / Como capoeira brigar” reforça a força e a coragem do capoeirista, além de servir como um lembrete do respeito que essa arte e seus praticantes merecem, refletindo a história de resistência e luta presente na capoeira.