Angel Of Music

A dualidade entre fé e manipulação em “Angel Of Music”

Em “Angel Of Music”, Andrew Lloyd Webber explora a vulnerabilidade de Christine Daaé e a influência do Fantasma da Ópera sobre ela. Christine acredita que o "Anjo da Música" é uma promessa feita por seu pai falecido, o que torna sua busca por orientação algo profundamente pessoal, marcado por saudade e esperança. Quando Christine diz: “Father once spoke of an angel... I used to dream he'd appear... Now as I sing, I can sense him... And I know he's here...” (“Meu pai uma vez falou de um anjo... Eu costumava sonhar que ele apareceria... Agora, enquanto canto, posso senti-lo... E eu sei que ele está aqui...”), fica evidente como ela mistura lembranças, desejo de proteção e a influência misteriosa do Fantasma, que se aproveita dessa crença para se aproximar dela.

A música destaca o conflito entre realidade e ilusão, especialmente quando Meg questiona Christine: “Christine, you must have been dreaming... stories like this can't come true...” (“Christine, você deve ter sonhado... histórias assim não podem se tornar realidade...”). Esse diálogo mostra o embate entre o pensamento racional e o universo quase sobrenatural vivido por Christine. O "Angel of Music" representa tanto a inspiração artística quanto a manipulação: o Fantasma assume o papel de mentor e controlador, tornando-se uma figura ambígua entre guia e prisão. O clima misterioso da canção reforça essa dualidade, enquanto a repetição de “Angel of Music! Guide and guardian! Grant to me your glory!” (“Anjo da Música! Guia e guardião! Conceda-me sua glória!”) revela a devoção e a dependência de Christine por essa figura enigmática.