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Esse fluxo que das mãos escapa, flui
Desse concretizar ao líquido acumulado
Fez de mim afogado
Me vi à deriva na água profunda do fim
Que acabou sem fim
E mais ainda em meu barco se inunda
Sem sinal de ignição dessa válvula em imersão
No engano de achar que eu precisava do que nunca tive

Nada. Nada pertence nem mesmo o tempo
Que me beija pelo vento e me leva
Numa leva do que um dia fui
A água ainda flui

Eu quis sentir desde o início
Não me arrependo do indício
Do preço que eu tive de pagar
Pagaria de novo na tormenta
Às velas da calmaria isenta

Apesar do pesar, eis a superfície
Consigo ver
No meu ser em algum lugar
A lava em combustão me fez fogo atear
Por esse querer viver em que me queimo

Dessa vez, o incendiar do que veio a matar
No rastejar à envenenar
Da epiderme até o centro em tom latente
Acordou então o dormente
Do túmulo existente na mente

Troco de pele como serpente que cresce
E em dor que perdeu, não mais perece
Não me serve mais esse vestir
Agora a teia que embora resistência tece
Não máquina me torna
E através das vísceras bombeando, jorram
Esse novo pensar
Esse novo sentir
Esse novo que está por vir

Tal artéria não estanca a vida potencializando na desobstrução
Onde na plenitude, todos meus Eus se reencontrarão
A se cumprimentar
E fazer as pazes à provar do refrescar
RE [NOVO] o novo renovar

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