Mágico

Desconstrução do poder e da verdade em “Mágico”

A música “Mágico”, do Wicked Brasil, aborda de forma irônica e leve a desconstrução do mito em torno do Mágico de Oz. A canção revela que a autoridade e o poder do personagem são baseados em truques e manipulação de percepções, e não em qualidades extraordinárias. O verso “Eu sei quem eu sou, como tantos no mundo / Mais um charlatão” mostra que o próprio Mágico se vê como alguém comum, que assumiu o papel de líder apenas porque o povo de Oz precisava de um símbolo. O contexto do musical “Wicked” reforça essa ideia ao apresentar o Mágico como alguém que se aproveita das expectativas e da necessidade coletiva de acreditar em algo maior, colocando em dúvida a autenticidade das figuras de poder.

A letra também discute a relatividade da verdade e da identidade, especialmente no trecho “Não há uma verdade absoluta / Depende de quem diz e quem escuta”. A música amplia essa reflexão ao citar figuras históricas e filosóficas, como Sócrates e Salomão, e ao mostrar como a história pode ser moldada por quem a conta: “O rei é tirano ou soberano / O rico é ladrão ou um benfeitor / O líder fascista, ou só populista / Depende do ponto de vista do autor”. Esses exemplos deixam claro que a verdade é flexível e que a imagem pública pode ser construída ou destruída conforme a narrativa dominante. O tom irônico e reflexivo da canção incentiva o público a questionar não só o Mágico, mas também suas próprias crenças sobre autoridade, fama e autenticidade.