Sem Perdão À Bruxa

Julgamento coletivo e preconceito em "Sem Perdão À Bruxa"

"Sem Perdão À Bruxa", do Wicked Brasil, destaca a ironia com que os cidadãos de Oz comemoram a morte da Bruxa Má do Oeste. O refrão "Sem perdão à bruxa" e versos como "Não se vela quem foi mau / Não se jogam lírios no caixão" mostram como a sociedade busca um vilão para se sentir segura e moralmente superior, sem espaço para empatia ou reflexão sobre a humanidade da bruxa. Esse julgamento coletivo é apresentado de forma quase cruel, evidenciando a necessidade de um inimigo comum para unir o grupo.

O contexto do musical "Wicked" aprofunda essa análise, já que a história questiona se a Bruxa era realmente má ou apenas vítima de preconceito e circunstâncias. A letra levanta dúvidas sobre a origem da maldade, especialmente quando Glinda pergunta: "As pessoas nascem más, ou será que a maldade é lançada sobre elas?". O trecho que relembra a infância da bruxa, rejeitada por ser diferente ("Mais parece um alface / Eu nunca vi bebê que nasce / Verde!"), sugere que o mal pode ser resultado da exclusão e do preconceito social. Assim, a música provoca o público a repensar o conceito de maldade e quem realmente tem o direito de julgar o outro.