Ao No Sumika

Reflexão sobre saudade e impermanência em “Ao No Sumika”

“Ao No Sumika”, interpretada por Will Stetson, explora de forma sensível a distância emocional e a saudade, usando imagens marcantes como “o azul do céu dividindo a cena em aquarela”. Esse verso inicial sugere uma separação sutil, mas profunda, entre dois mundos ou sentimentos, estabelecendo o tom nostálgico da música. Elementos como o som das cigarras e o calor do asfalto remetem ao verão japonês, frequentemente associado à efemeridade dos momentos e à transitoriedade dos relacionamentos, especialmente no contexto do anime “Jujutsu Kaisen”, onde a música ganhou destaque. A lembrança de dias “tão deslumbrantes” e a incerteza expressa em “No fim do amanhã, seremos nós?” reforçam o sentimento de dúvida sobre o futuro de uma relação importante.

No refrão, a repetição de “eternamente, o azul abrirá suas asas” e “voará livre” transforma o azul em símbolo de liberdade, esperança e, ao mesmo tempo, de algo inalcançável. O narrador revela o esforço constante para se reconectar com alguém especial, mas sente que essa pessoa está sempre distante, o que intensifica o sentimento de perda. A letra também aborda a mistura de amor, dor e ressentimento, como em “palavras que amarram uma maldição para te afastar” e “dança colorida da dor no rastro do luto”, mostrando a dificuldade de lidar com emoções contraditórias e aceitar o fim de uma conexão significativa. Na ponte, a música aprofunda a introspecção, falando sobre feridas ocultas e a necessidade de deixar o passado para trás, simbolizada pelo aceno de despedida às “pétalas que se espalham na noite” e ao “orgulho”. O final, ao mencionar “o pó das estrelas” e “o bater do seu coração escorregando pelos meus dedos na galáxia”, reforça a ideia de que tudo é passageiro e que as conexões humanas, por mais intensas que sejam, podem se dissipar com o tempo.